Estelionato e falsidade ideolĂ³gica imperavam no uso da Lei Rouanet

Publicado em: 14/12/2017 Ă s 15:23 | Atualizado em: 14/12/2017 Ă s 15:24
A 3ª Vara Federal em SĂ£o Paulo aceitou a denĂºncia contra 29 dos 32 acusados de participar de um esquema de fraudes que desviou R$ 21 milhões por meio da Lei Rouanet.
Eles agora sĂ£o rĂ©us pelos crimes de organizaĂ§Ă£o criminosa, estelionato contra a UniĂ£o e falsidade ideolĂ³gica.
A aĂ§Ă£o teve origem na OperaĂ§Ă£o Boca Livre, deflagrada pela PolĂcia Federal em junho de 2016.
A juĂza FlĂ¡via Serizawa (foto) tambĂ©m concedeu medida cautelar impedindo dez empresas acusadas de envolvimento nas ilegalidades de voltarem a utilizar o mecanismo de renĂºncia fiscal.
Segundo as investigações que, alĂ©m do MPF, envolveram a PolĂcia Federal e a Controladoria-Geral da UniĂ£o, o Grupo Bellini Cultural desenvolvia projetos fictĂcios e apresentava contrapartidas ilĂcitas ao mecanismo de fomento cultural por renĂºncia fiscal.
Criada em 1991, a Lei Rouanet concede incentivos fiscais para projetos e ações culturais.
Por meio da lei, pessoas fĂsicas e jurĂdicas podem aplicar parte do Imposto de Renda devido em projetos culturais.
Superfaturamento
De acordo com a denĂºncia, os acusados usavam diversos meios, como notas fiscais falsas, para simular a execuĂ§Ă£o ou superfaturar a prestaĂ§Ă£o de contas dos projetos culturais.
Havia tambĂ©m a apresentaĂ§Ă£o de projetos duplicados, usando a mesma aĂ§Ă£o para justificar a prestaĂ§Ă£o de contas de duas propostas enviadas ao MinistĂ©rio da Cultura. Ainda segundo a procuradoria, espetĂ¡culos e apresentações financiados com os recursos pĂºblicos acabam se tornando eventos institucionais fechados.
Os recursos, que dentro das propostas deveriam ser usados para apresentações de orquestras e realizaĂ§Ă£o de exposições em cidades do interior ou em Ă¡reas perifĂ©ricas, chegaram atĂ©, conforme apontam as investigações, a custear o casamento do um dos sĂ³cios do grupo acusado.
AlĂ©m dos diretores e funcionĂ¡rios da Bellini, sĂ£o acusados de participar das fraudes representantes das empresas doadoras.
Entre as companhias estĂ£o uma montadora, um escritĂ³rio de advocacia, uma rede de farmĂ¡cias, uma rede de loja de eletrodomĂ©sticos e empresas de consultoria e auditoria.
AlĂ©m da anĂ¡lise da documentaĂ§Ă£o apreendida, as provas contra os acusados estĂ£o baseadas em cerca de quatro meses de escutas telefĂ´nicas.
Fonte: AgĂªncia Brasil
Foto: Blog do Aroldo MurĂ¡