Lava Jato: Toffoli derruba medidas contra juiz da vara de Curitiba
O STF revogou a suspeiĂ§Ă£o do juiz Eduardo Appio na Lava Jato e transferiu o processo administrativo para o CNJ, em decisĂ£o que envolveu Dias Toffoli e a Corregedoria-Geral do TRF-4.

Publicado em: 19/09/2023 Ă s 19:10 | Atualizado em: 19/09/2023 Ă s 19:19
Nesta terça-feira (19/9), o ministro Dias Toffoli, do Supremo Tribunal Federal (STF), revogou a suspeiĂ§Ă£o do juiz federal Eduardo Appio nos casos relacionados Ă operaĂ§Ă£o Lava Jato. AlĂ©m disso, ele tambĂ©m suspendeu um processo administrativo que estava em curso na Corregedoria-Geral do Tribunal Regional Federal da 4ª RegiĂ£o (TRF-4) envolvendo o magistrado.
A suspeiĂ§Ă£o de Appio havia sido reconhecida pela 8ª Turma do TRF-4 em 10 de setembro, e o colegiado tomou a decisĂ£o de anular todas as sentenças proferidas por ele no Ă¢mbito da Lava Jato.
Em sua determinaĂ§Ă£o, o ministro Toffoli afirmou que todos os processos administrativos que envolvam magistrados que atuaram na Lava Jato devem ser encaminhados ao Conselho Nacional de Justiça (CNJ) para uma avaliaĂ§Ă£o conjunta, seguindo o modelo estabelecido pela CorreiĂ§Ă£o ExtraordinĂ¡ria na 13ª Vara Federal Criminal.
AlĂ©m disso, o ministro instruiu o corregedor-nacional de Justiça, ministro Luis Felipe SalomĂ£o, a adotar as medidas necessĂ¡rias, incluindo a possibilidade de encaminhar o processo administrativo ao CNJ.
Appio teve sua suspeiĂ§Ă£o reconhecida de forma unĂ¢nime pela 8ª Turma do TRF-4 e estĂ¡ afastado de suas funções como juiz federal da Lava Jato desde maio. Ele tambĂ©m Ă© objeto de investigaĂ§Ă£o por parte do CNJ devido a supostas ameaças ao filho do desembargador federal Marcelo Malucelli.
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Eduardo Appio foi afastado da 13ª Vara Federal de Curitiba, onde atuava nos processos da Lava Jato, em maio, por determinaĂ§Ă£o do TRF-4. Ele ocupava o cargo hĂ¡ menos de quatro meses na Ă©poca.
As acusações contra Appio incluem a suspeita de ter ameaçado o filho do desembargador federal Marcelo Malucelli por meio de uma ligaĂ§Ă£o de um nĂºmero bloqueado, na qual se identificou como funcionĂ¡rio da Justiça Federal e mencionou informações sigilosas relacionadas ao Imposto de Renda e despesas mĂ©dicas.
O CNJ, em julho, rejeitou o pedido da defesa de Appio para que ele fosse autorizado a retornar Ă s suas atividades na 13ª Vara CĂvel de Curitiba. O Ă³rgĂ£o considerou que havia elementos suficientes para manter o afastamento do magistrado atĂ© a conclusĂ£o das investigações.
O ministro SalomĂ£o, em sua anĂ¡lise, destacou a gravidade da conduta de Appio ao utilizar informações do sistema eletrĂ´nico da Justiça Federal com o propĂ³sito de coagir ou intimidar um desembargador do tribunal. Ele tambĂ©m enfatizou que o retorno do magistrado Ă s suas funções poderia prejudicar a investigaĂ§Ă£o e a possibilidade de manipulaĂ§Ă£o de dados cruciais.
A defesa de Appio considerou a decisĂ£o do ministro uma vitĂ³ria da ConstituiĂ§Ă£o, que restabelece a legalidade e a constitucionalidade.
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Foto: Carlos Moura/SCO/STF