MinistĂ©rio PĂºblico quer ver dados do sigilo quebrado de Bolsonaro
A investigaĂ§Ă£o Ă© de lavagem de dinheiro relacionada ao recebimento de presentes de alto valor durante sua presidĂªncia.

Publicado em: 12/09/2023 Ă s 18:36 | Atualizado em: 12/09/2023 Ă s 18:37
O MinistĂ©rio PĂºblico de Contas (MPC), atuando junto ao Tribunal de Contas da UniĂ£o (TCU), solicitou nesta terça-feira (12/9) ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), acesso a informações obtidas por meio da quebra de sigilo do ex-presidente Jair Bolsonaro e de seus aliados nos Estados Unidos.
O subprocurador-geral Lucas Furtado fez o pedido no contexto de uma investigaĂ§Ă£o relacionada ao recebimento de joias sauditas e outros presentes de alto valor durante a gestĂ£o de Bolsonaro como presidente do Brasil.
Lucas Furtado sugeriu que tanto o ex-presidente quanto outros envolvidos poderiam ser obrigados a restituir os valores provenientes das transações no exterior.
No documento, o subprocurador destacou a importĂ¢ncia da colaboraĂ§Ă£o dos Ă³rgĂ£os envolvidos na apuraĂ§Ă£o das irregularidades, visto que a investigaĂ§Ă£o a ser conduzida pelo TCU pode responsabilizar nĂ£o apenas o ex-presidente, mas tambĂ©m os agentes envolvidos nas transações de venda e recompra dos bens pertencentes ao patrimĂ´nio da UniĂ£o.
Em meses anteriores, o ministro Alexandre de Moraes jĂ¡ havia autorizado a cooperaĂ§Ă£o internacional solicitada pela PolĂcia Federal (PF), permitindo que fosse requisitada a quebra do sigilo bancĂ¡rio das contas do ex-presidente Jair Bolsonaro, de seu ex-ajudante de ordens Mauro Cid e de seu pai, o general da reserva Mauro Cesar Lourena Cid.
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Essas medidas fazem parte de uma investigaĂ§Ă£o que apura um suposto esquema de venda ilegal de joias e bens de luxo pertencentes Ă UniĂ£o.
O ex-presidente Bolsonaro Ă© suspeito de envolvimento em crimes como lavagem de dinheiro e descaminho de presentes de alto valor recebidos pela PresidĂªncia da RepĂºblica durante seu mandato.
A PolĂcia Federal conduz essa investigaĂ§Ă£o sob a operaĂ§Ă£o denominada “Lucas: 12.2”.
HĂ¡ indĂcios de que Bolsonaro teria sido o destinatĂ¡rio de pelo menos US$ 25 mil provenientes da venda dos presentes, totalizando movimentações financeiras que ultrapassam um milhĂ£o de reais.
Uma das provas obtidas durante a investigaĂ§Ă£o mostra o general do ExĂ©rcito Mauro Lourena Cid, pai do ex-ajudante de ordens Mauro Cid, em uma imagem relacionada Ă negociaĂ§Ă£o da venda das esculturas recebidas pelo ex-presidente Bolsonaro.
A PF apura crimes de lavagem de dinheiro e descaminho, pois os presentes recebidos por Bolsonaro, incluindo um relĂ³gio Rolex de alto valor, teriam sido vendidos e os recursos apropriados ao patrimĂ´nio pessoal dos envolvidos.
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Foto: Natanael Alves/PL