Mamirauá, no AM, pode levar prêmio mundial de vigilância da biodiversidade

A reserva está localizada a cerca de 600 quilômetros a oeste de Manaus, na região do médio rio Solimões

Mamirauá, no AM, pode levar prêmio mundial de vigilância da biodiversidade

Iram Alfaia, do BNC Amazonas em Brasília

Publicado em: 01/08/2023 às 19:30 | Atualizado em: 01/08/2023 às 19:35

O Instituto de Desenvolvimento Sustentável Mamirauá é finalista da competição XPrize Rainforest, organizado pela XPrize Foundation, um dos maiores prêmios de tecnologia para monitoramento de biodiversidade do mundo.

A reserva está localizada a cerca de 600 quilômetros a oeste de Manaus, na região do médio rio Solimões.

O Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação, ao qual a organização é vinculada, destacou a tecnologia apresentada pela equipe Providence+, desenvolvida no âmbito do projeto Providence.

O programa é desenvolvido e liderado pelo Instituto Mamirauá e pela Universitat Politècnica de Catalunya -Barcelona Tech – UPC, da Espanha.

A tecnologia Providence+, diz o ministério, utiliza imagens e os sons produzidos pelos animais na mata para identificar automaticamente, e em tempo real, as espécies.

“Essas informações são transmitidas remotamente para os pesquisadores. São usados 20 módulos, uma espécie de gravador, que estão instalados na Reserva, a 600 quilômetros de Manaus”.

De acordo com o Mamirauá, a equipe passará o próximo ano desenvolvendo e refinando a tecnologia para a fase final da competição, que ainda não tem sua localização divulgada.

“A meta é identificar o maior número de espécies possíveis em um período de 24 horas e utilizar os dados coletados para ter insights sobre conectividade, mudanças climáticas, interações e riqueza de espécies”, diz nota do instituto.

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Reconhecimento

“Estarmos entre esses finalistas é super importante porque esta é a maior competição de tecnologias para monitoramento de biodiversidade do mundo”, disse o diretor técnico-científico do Mamirauá, Emiliano Ramalho.

“É o reconhecimento do trabalho realizado pelo Instituto na direção de desenvolver tecnologias que permitam o monitoramento de biodiversidade, especialmente na Amazônia, mas também em outros biomas”.

Ainda conforme Ramalho, o projeto Providence é o núcleo da tecnologia que vem sendo desenvolvido no âmbito da competição.

“Esta tecnologia vai permitir, num futuro muito próximo o monitoramento da Amazônia inteira”.

Ele disse esperar que a ferramenta seja integrada pela comunidade global para fazer um monitoramento muito mais ágil.

“Para as informações sobre a biodiversidade geradas no monitoramento serem usadas não só pelos tomadores de decisão, mas também pelas populações”.

DNA

O instituto também adicionou à tecnologia Providence instrumentos para a coleta de DNA ambiental.

Dessa forma, é possível ampliar o número de espécies que conseguem detectar com a tecnologia, como explica Emiliano.

“Com esse incremento do DNA ambiental conseguimos identificar espécies que não são detectáveis com a bioacústica e imagem”, afirmou Ramalho.

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Foto: Reprodução/Compass Brasil