Pressão das mídias sociais pesou na decisão de prender delegado

Publicado em: 25/11/2017 às 18:47 | Atualizado em: 25/11/2017 às 18:47

O juiz plantonista Frank do Nascimento, que conduziu a audiência de custódia no fórum Henoch Reis, do Tribunal de Justiça do Amazonas (TJ-AM), reconheceu que a repercussão do assassinato do advogado Wilson Justo Filho pelo delegado da Polícia Civil Gustavo Sotero, na madrugada deste sábado, dia 25, pesou na sua decisão.

Nascimento escreveu que os crimes na casa noturna Porão do Alemão geraram “clamor social na cidade de Manaus, inclusive com ampla divulgação na mídia e redes sociais”.

Para o juiz, colocar o autor da morte do advogado em liberdade poderia trazer reflexos negativos para a Justiça.

Outros fatores, além da pressão da sociedade, também contribuíram para que o criminoso preso em flagrante não fosse solto.

O Ministério Público (MP-AM) deu parecer favorável à prisão preventiva do delegado, e a seccional Amazonas da OAB, por seu presidente Marco Aurélio Choy (na foto, à dir.), chamou toda a categoria para protestar durante a audiência de custódia.

E o presidente do TJ-AM, Flávio Pascarelli (na foto, à esq.), foi pessoalmente acompanhar a audiência de custódia para evitar qualquer imprevisto, assim como fez a Associação dos Magistrados do Amazonas (Amazon).

Sobre a presença na audiência de Pascarelli, a maior autoridade do poder Judiciário do Amazonas, o juiz Frank do Nascimento elogiou e disse que serviu de apoio ao seu trabalho.

Em rede social, meio que usa bastante para divulgar suas atividades, o capitão da Polícia Militar Alberto Neto também repudiou a atitude do delegado de reagir a uma agressão atirando contra várias pessoas:

“Vendo este vídeo, não dá para defender este delegado. Ele foi um irresponsável ao atirar no meio da multidão, colocando em risco a vida de pessoas; isso não é o papel de um Policial, que tem que arriscar a sua vida para salvar outras pessoas. Se eu levar um soco, lá no local tinha segurança para tomar atitude ou, senão, chamaria uma viatura para agir na perspicácia colocando o agressor no seu devido lugar e, jamais colocaria em risco a vida das pessoas. Por isso não tem como defender uma atitude assim. Não tem meu apoio e nem meu apreço! Capitão Alberto Neto, Oficial da PM do Amazonas”.

 

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Foto: Raphael Alves/Divulgação_TJ-AM