Ibama estimula retomada do manejo de pirarucu no Vale do Javari
Pesca controlada na região foi desarticulada com a tragédia que teve como vítimas o britânico Dom Phillips e o brasileiro Bruno Araújo

Da Redação do BNC Amazonas
Publicado em: 05/06/2023 às 06:17 | Atualizado em: 06/06/2023 às 08:50
O Ibama-AM está tentando criar e estimular a retomada do manejo do pirarucu na Terra Indígena Vale do Javari, extremo oeste do Amazonas, na fronteira com o Peru.
A pesca controlada da espécie foi desarticulada na região com tragédia que vitimou o britânico Dom Phillips e o brasileiro Bruno Araújo.
Os dois foram assassinados, esquartejados e enterrados em cova rasa, violência que hoje completa um ano.
Antes de serem executados, Dom e Bruno estiveram na comunidade de São Rafael, onde agora o Ibama tenta fazer com que o povoado reanime a pesca manejada do pirarucu.

O incentivo foi dado em palestra motivacional feita por fiscais do órgão, conforme relatou em texto que compartilhou com a mídia o superintendente regional, Joel Araújo.
“Foi realizada uma visita à comunidade de São Rafael, que possui um acordo de pesca, mas que acabou sendo desmobilizado por conta da tragédia ocorrida em 05 de junho de 2022 com o indigenista Bruno Pereira e o repórter britânico Dom Phillips”, disse ele.
Mas, além da comunidade São Rafael, cenário do crime que repercutiu mundialmente, o Ibama esteve em aldeias para estabelecer o manejo.
Foram atividades junto aos povos indígenas kanamaris e mayorunas.
Veja o que escreveu Joel Araújo
Entre 14 a 28 de maio, o Núcleo de Biodiversidade e Florestas da Superintendência do Ibama, no Amazonas, esteve presente em diversas atividades junto aos povos indígenas Kanamaris e Mayorunas da TI Vale do Javari em Atalaia do Norte/AM.
Na Aldeia São Luiz, foram feitas reuniões e discussões para alinhar as atividades do manejo participativo de pirarucu que devem ser iniciadas a partir de setembro deste ano, após o início de um trabalho de vigilância e monitoramento de um conjunto de lagos no médio Rio Javari e baixo Rio Curuçá.
Já na Aldeia Nova Esperança no Rio Pardo, foi dado início a trabalhos de monitoramento e contagem dos estoques de pirarucu, visando estabelecer uma nova frente de monitoramento da biodiversidade.
Ambas aldeias receberam palestras sobre educação ambiental e legislação, focada no uso de recursos naturais.
As populações que hoje vivem da venda de farinha produzida e de bolsas do governo, esperam agora garantir renda extra com a venda de pescados manejados e autorizados pelo Ibama, assim como garantir que mantenham a segurança alimentar famílias.
O Ibama espera com isso poder abrir uma nova frente contagem e monitoramento de recursos tão importantes nas vidas das pessoas desse estado, assim como diminuir a pressão de caça nos demais animais silvestres da região.
Para finalizar os trabalhos, foi realizada uma visita à comunidade de São Rafael, que possui um acordo de pesca, mas que acabou sendo desmobilizado por conta da tragédia ocorrida em 05 de junho de 2022 com o indigenista Bruno Pereira e o repórter britânico Dom Phillips.
Nesse sentido, fomos fazer uma palestra motivacional para que sejam retomadas as atividades do Manejo Participativo do Pirarucu novamente naquelas comunidades do Rio Itacoaí.


Foto: Divulgação/Ibama