Telegram cobrado a explicar disparo em massa contra projeto das fake news
O Telegram enviou aos seus usuários um texto afirmando que "o Brasil está prestes a aprovar uma lei que irá acabar com a liberdade de expressão".

Publicado em: 09/05/2023 às 17:00 | Atualizado em: 09/05/2023 às 17:00
O Ministério Público Federal (MPF) em São Paulo está investigando o Telegram devido às mensagens enviadas aos usuários do aplicativo criticando o projeto de lei das fake news.
O MPF solicitou que o Telegram forneça informações detalhadas sobre a mensagem dentro de um prazo de dez dias.
No ofício emitido pelo procurador da República de São Paulo, Yuri Corrêa da Luz, nesta terça-feira (9), foi ordenado ao Telegram que identifique claramente quem, dentro da empresa, tomou a decisão de enviar a mensagem, fornecendo nome e endereço eletrônico para uma possível audiência com o MPF. Segundo o MPF, a mensagem foi impulsionada para os usuários.
O Telegram enviou aos seus usuários um texto afirmando que “o Brasil está prestes a aprovar uma lei que irá acabar com a liberdade de expressão”.
O ministro Paulo Pimenta, da Secretaria de Comunicação da Presidência da República, criticou veementemente a mensagem enviada pelo aplicativo Telegram aos seus usuários atacando o projeto de combate às fake news.
O relator do projeto, deputado Orlando Silva (PCdoB-SP), classificou a estratégia da rede social como “jogo sujo”.
O projeto de combate às fake news está em tramitação na Câmara dos Deputados e, na semana passada, foi incluído na pauta, mas não foi votado devido à falta de consenso.
Na mesma semana, o Google publicou em seu site um texto contrário ao projeto, o qual o governo exigiu que fosse marcado como publicidade. Parlamentares afirmaram ter sofrido pressão das redes sociais contra o projeto.
Ao comentar sobre a postura do Telegram, o ministro Pimenta afirmou que a vontade das grandes plataformas de redes sociais não pode ser maior que a soberania do Brasil.
Ele declarou: “Inacreditável! Telegram desrespeita as leis brasileiras e utiliza sua plataforma para fazer publicidade contra o PL2630. As medidas legais serão tomadas. Nenhuma empresa estrangeira é maior que a soberania do nosso país”.
Leia mais
Telegram sonega informação de nazistas e Justiça tira do ar
O relator ressaltou que a internet não pode ser uma terra sem lei, afirmando: “O jogo sujo das big techs continua. Recebo denúncias de que o Telegram está disparando FAKE NEWS contra o PL 2630 para milhões de usuários. Essa campanha de mentiras não vai prosperar. A Internet não é terra sem lei, e a regulação é uma necessidade”.
O projeto de lei criminaliza a promoção ou financiamento de divulgação em massa de mensagens com conteúdo inverídico por meio de contas automatizadas, conhecidas como contas-robôs.
Leia mais na matéria de Léo Arcoverde, GloboNews, publicada no portal g1
Foto: divulgação