Bolsonaristas deixam acampamento no QG do Exército
Embora boa parte das tendas e barracas ainda esteja montada no local, o Exército trabalhava na manhã desta segunda-feira para retirar estruturas deixadas pelos manifestantes

Publicado em: 03/01/2023 às 10:14 | Atualizado em: 03/01/2023 às 10:14
Um dia após a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, apoiadores do agora ex-presidente Jair Bolsonaro que ainda se concentram em frente ao QG do Exército, viviam um clima de despedida. Na manhã desta segunda-feira (02/1), alguns desmontavam suas barracas, enquanto outros embarcavam em ônibus fretados para voltar para casa em outros estados.
Pela manhã, um grupo de 50 pessoas do estado do Mato Grosso embarcava em um dos veículos depois de permanecer 15 dias acampado em Brasília.
Leia mais
Mulher é velada em acampamento bolsonarista
A comerciante Márcia Regina, de 45 anos, que estava acompanhada da filha, Tamires, de 18, não escondia o choro ao colocar duas malas no bagageiro do veículo. Ela disse que esperava alguma reação dos apoiadores de Bolsonaro para ontem, dia da posse, algo que não aconteceu.
“São 15 dias de dedicação patriótica. Ninguém aqui acreditava que esse petista (Lula) iria subir a rampa. Estou triste porque fiz muitos amigos aqui, e agora sinto que é a hora de voltar para casa. Já deu. Não tem como lutar mais. Não chegaram as instruções que esperávamos do nosso capitão”, disse, em referência a Bolsonaro. Uma prima de Márcia, que não quis dizer o nome, a amparava enquanto também enxugava as lágrimas.
A 100 metros dali, outro ônibus, de uma empresa de turismo do Espírito Santo, fazia o embarque de cerca de 30 bolsonaristas.
Embora boa parte das tendas e barracas ainda esteja montada no local, o Exército trabalhava na manhã desta segunda-feira para retirar estruturas deixadas pelos manifestantes. A reportagem contou 92 barracas e 30 tendas apenas no acampamento localizado na frente do QG. Há ainda outras duas áreas laterais onde os manifestantes acampam.
O acampamento ainda conta com banheiros químicos, barracas de alimentação e outras estruturas improvisadas. Caminhões de lixo recolhiam entulhos e plástico acumulado ao longo de semanas. Dois caminhões guinchos davam suporte para desmontagem de barracas maiores.
Leia mais na matéria de Patrik Camporez no portal do jornal O Globo
Foto: Felipe Pereira/UOL