Último dia da COP27 ainda tem negociações travadas
Debate sobre perdas e danos, tema central, divide países ricos e pobres

Publicado em: 18/11/2022 às 11:58 | Atualizado em: 18/11/2022 às 12:10
A 27ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP27) chega, nesta sexta-feira (18), ao seu último dia, com raros consensos e negociações ainda travadas. A reportagem é de Tácio Lorran, do Metrópoles.
Há uma clara divergência não superada entre os países desenvolvidos, como os Estados Unidos, e os países em desenvolvimento sobre a criação de um novo fundo para perdas e danos climáticos.
Na prática, propõe-se que países pobres atingidos por desastres ambientais como furacões e inundações sejam compensados financeiramente pelas nações mais ricas – responsáveis pela maior emissão de gases na atmosfera, mas que resistem fortemente à criação do fundo.
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O imbróglio pode estender o debate fim de semana adentro, e fazer com que os negociadores passem mais alguns dias na paradisíaca Sharm El-Sheikh, no Egito, sede da COP27.
“Os países em desenvolvimento, mais pobres, querem uma decisão logo aqui. As nações mais ricas não querem que a resposta seja apenas de um fundo de financiamento, eles estão pedindo um mosaico de opções”, explica Stela Herschmann, especialista em política climática do Observatório do Clima (OC).
O G77, bloco dos países em desenvolvimento, chegou a propor um mecanismo nos moldes do Fundo Verde do Clima, conhecido como GCF na sigla em inglês, mas a ideia não avançou.
Nessa quinta-feira (17), o secretário-geral da ONU, António Guterres, afirmou que os países da cúpula da COP27 no Egito devem superar uma “quebra de confiança” entre nações ricas e pobres para fechar um acordo que salve o mundo do pior do aquecimento global.
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Foto: Reprodução/ Meio Sustentável