Moraes arquiva boicote a Bolsonaro e manda investigar ministro

Presidente do TSE não aceitou as provas apresentadas por ministro das Comunicações e inverteu o sentido das investigações

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Publicado em: 26/10/2022 às 20:14 | Atualizado em: 26/10/2022 às 20:14

O presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministro Alexandre de Moraes, ignorou denúncia de boicote a 154 mil peças publicitárias da campanha à reeleição do presidente Jair Bolsonaro (PL) e mandou arquivá-la.  

Além disso, o ministro ameaçou investigar os denunciantes, segundo ele, por “tumultuar as eleições”. Os denunciantes que aparecem no caso são o ministro das Comunicações, Fábio Faria, Fábio Wajngarte, da campanha de Bolsonaro, e Alexandre Machado, funcionário exonerado de cargo no TSE. 

De acordo com a reportagem de Raphael Veleda e Manoela Alcântara, do portal Metrópoles, Moraes considerou inepta a petição inicial, protocolada na última segunda-feira (24). 

O ministro avaliou que o material anexado na terça (25) também não traz indícios mínimos de irregularidades.

Denunciantes investigados 

Além de extinguir a ação, que pedia a interrupção da veiculação de inserções da campanha de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), Moraes determinou a apuração de possível crime eleitoral por parte dos denunciantes.

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Na segunda, Fábio Faria convocou a imprensa para dizer que rádios do país deixaram de veicular em torno de 154 mil inserções do presidente que tenta a reeleição. 

A primeira reação do presidente do TSE foi determinar o envio de provas em até 24 horas, determinação que a campanha de Bolsonaro tentou cumprir com o envio de relatórios e gravações na terça. 

“Considerando ainda possível cometimento de crime eleitoral com a finalidade de tumultuar o segundo turno do pleito em sua última semana, determino a expedição de ofício ao Procurador-Geral Eleitoral”, decidiu Moraes. 

“Oficie-se, ainda, a Corregedoria-Geral Eleitoral, para instauração de procedimento administrativo e apuração de responsabilidade, em eventual desvio de finalidade na utilização de recursos do Fundo Partidário dos autores”, concluiu o ministro. 

Foto: Fábio Pozzebom/Agência Brasil