Esse é o Dr. Sildo, médico indígena do AM, vítima do preconceito de Temer

Publicado em: 18/10/2017 às 06:39 | Atualizado em: 18/10/2017 às 08:00
Ontem, 17 de outubro, em Brasília, no Palácio do Planalto, deveria ser um dia marcante para Sildo Gonzaga Tomaz, amazonense de Santo Antônio do Içá, no alto Solimões. Não deixou de sê-lo, mas pelo olhar preconceituoso que ainda se acha arraigado na vida de muita gente contra os povos indígenas.
E não foi por uma visão qualquer. Foi pelo modo de ver as coisas da autoridade mais importante do País, o presidente da República, Michel Temer (PMDB), que ganhou as redes sociais e as páginas dos jornais desta quarta-feira, Dia do Médico, pela gafe que cometeu ontem na homenagem que seu governo prestou aos médicos brasileiros, quando se referiu a Sildo.
Na ocasião, Temer manifestou seu estranhamento com o que tinha visto, o fato do médico amazonense, indígena ticuna, ter sido aplaudido, ele comentou que entre os homenageados havia “até um índio” e depois que “foi até muito aplaudido”.
Sildo Gonzaga Tomaz estudou Medicina em Cuba e, diferente de outros colegas que não retornam para o lugar de onde saíram, voltou para a região onde vive seu povo para trabalhar lá.
Ao lado dele, foram homenageados médicos como Raul Cutait, que chegou a ser cotado para o cargo de ministro da Saúde antes da nomeação de Ricardo Barros, e Vanessa Van Der Linden, uma das primeiras a identificar o aumento de casos de microcefalia no país, entre outros.
O papel mulher na visão de Temer
Essa não é a primeira vez que Temer comete um ato falho em público ao falar de determinado segmento social. Durante evento em referência ao Dia Internacional da Mulher, em março deste ano, ele afirmou que tinha” convicção do quanto a mulher faz pela casa e da importância da figura feminina para a formação dos filhos que, segundo ele, é “seguramente” de responsabilidade da mãe.
Veja a repercussão
Foto: Reprodução/Facebook