Operação de MPF e PF mira candidato de Lula em Alagoas
Paulo Dantas é suspeito de desvio de dinheiro público na época em que era deputado

Publicado em: 11/10/2022 às 11:51 | Atualizado em: 11/10/2022 às 11:51
Governador de Alagoas e candidato de Lula à reeleição, Paulo Dantas (MDB), é alvo da Operação Edema da Polícia Federal (PF) e do Ministério Público Federal (MPF) na manhã de hoje.
A ação investiga um suposto esquema de desvio de recursos públicos na Assembleia Legislativa de Alagoas. Ele foi afastado por 180 dias do cargo por ordem do Superior Tribunal de Justiça (STJ).
Dantas é investigado por prática de uso de funcionários fantasmas em seu gabinete quando era deputado estadual. Ele se afastou do cargo para exercer um mandato tampão em maio, após Renan Filho (MDB) deixar o governo para disputar uma vaga ao Senado.
Segundo a PF e o MPF, o esquema na Assembleia Legislativa de Alagoas começou em 2019. A investigação, que corre em segredo de justiça, também aponta a ocorrência dos crimes de organização criminosa, peculato e lavagem de dinheiro.
O MPF diz que a “necessidade e urgência das medidas cautelares” foram demonstrados nos autos da investigação.
A PF cumpre 31 mandados de busca e apreensão, inclusive em endereços ligados ao governador. Segundo o MPF, as medidas incluem ordem de sequestro de bens e valores que somam R$ 54 milhões.
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O colunista Kennedy Alencar, do UOL, disse não ter dúvida de que a operação tem cunho político-eleitoral.
Mais do que isso: tem potencial de alterar o cenário das eleições em Alagoas, em prejuízo de Dantas.
A gente está a menos de três semanas do 2º tuno. Está claro para mim o cunho eleitoral e político dessa acusação. Isso tem que ser investigado e ver o mérito das acusações. Mas a gente está a três semanas do 2º turno. Essa operação tem um ‘timing’ político e foi feito a pedido da Polícia Federal”, destacou o colunista do UOL.
Dantas é suspeito de desvio de dinheiro público na época em que era deputado estadual. Ele é apoiado por Lula (PT) em Alagoas, enquanto o adversário dele, Rodrigo Cunha (União), recebe apoio de Jair Bolsonaro (PL). Por isso Kennedy afirmou que a operação pode interferir no cenário nacional.
Leia mais na reportagem de Carlos Madeiro e Thaís Augusto no UOL
Foto: Prefeitura de Santana do Ipanema/Divulgação