Abin e general tentam evitar mais desgaste de Bolsonaro no 7 de setembro
Órgãos de inteligência do governo tentam dissuadir o presidente de promover na orla de Copacabana a parada militar

Publicado em: 07/08/2022 às 09:53 | Atualizado em: 07/08/2022 às 10:10
Segundo o UOL, o GSI (Gabinete de Segurança Institucional) e a Abin (Agência Brasileira de Inteligência) tentam convencer o presidente Jair Bolsonaro (PL) a recuar da intenção de levar o desfile militar no feriado de 7 de setembro a Copacabana, por questões de segurança.
Órgãos de inteligência do governo federal tentam dissuadir o presidente de promover na orla de Copacabana, na zona sul do Rio de Janeiro, o ato. A data marca a comemoração do bicentenário da Independência do Brasil.
Bolsonaro expôs essa intenção no último dia 30, em São Paulo. Ontem (6), antes de participar de motociata com apoiadores no Recife, voltou a dizer que irá a Copacabana na data, mas sem citar a presença das Forças Armadas no ato.
Para as instituições, o desfile deve ser mantido na avenida Presidente Vargas, que é o local tradicional das celebrações do Dia da Independência na capital fluminense.
Bolsonaro afirmou em 30 de julho, na convenção do Republicanos em São Paulo, que faria uma mudança nos planos do 7 de Setembro.
Na ocasião, ele disse que pretende acompanhar o desfile militar em Brasília durante a manhã e, à tarde, afirmou ter decidido “inovar” e levar a parada para a orla de Copacabana, palco de atos de apoiadores de Bolsonaro.
“Sei que vocês queriam aqui [em São Paulo], mas nós queremos inovar no Rio de Janeiro. Às 16 horas do dia 7 de setembro, pela primeira vez, as nossas Forças Armadas e as nossas irmãs, forças auxiliares, estarão desfilando na praia de Copacabana ao lado do nosso povo”, declarou.
O anúncio pegou de surpresa a Prefeitura do Rio, que já vem organizando o desfile no centro da capital. Na última quinta-feira (4), o Diário Oficial do município publicou um edital informando que vai adquirir a estrutura —com custo estimado em R$ 318 mil— para o evento na avenida Presidente Vargas, em torno do Pantheon de Caxias.
O prefeito Eduardo Paes (PSD) afirmou, por meio do Twitter, que não recebeu nenhum pedido oficial para que a celebração do bicentenário da Independência seja deslocada para Copacabana.
“O evento será organizado onde o Exército solicitou e onde sempre foi feito, na Presidente Vargas”, afirmou Paes.
Desde que Bolsonaro criou a expectativa da mudança, o Exército tem estudado ambos os locais como possíveis sedes da manifestação. Até o momento, porém, os militares não tomaram uma decisão.
Leia mais no UOL.
Foto: Divulgação