Gleisi fica irritada ao depor como ré em processo no Supremo

Publicado em: 28/08/2017 Ă s 19:30 | Atualizado em: 28/08/2017 Ă s 19:30
A senadora Gleisi Hoffmann (PR), que Ă© tambĂ©m presidente do PT, disse, nesta segunda (28), que a aĂ§Ă£o penal contra ela na Lava Jato nĂ£o passa de perseguiĂ§Ă£o polĂtica, nĂ£o havendo provas de que recebeu recursos ilĂcitos.
Ela deu as declarações na saĂda de seu primeiro depoimento na condiĂ§Ă£o de rĂ©, no Supremo Tribunal Federal (STF).
“Eu sou vĂtima de perseguiĂ§Ă£o polĂtica em razĂ£o da origem desse processo, com Alberto Yousseff e seu advogado”, disse Gleisi, referindo-se ao doleiro que foi o primeiro delator da Lava Jato e seu defensor, Antonio Figueiredo Basto, a quem acusa de ser ligado ao atual governador do ParanĂ¡, Beto Richa (PSDB), adversĂ¡rio polĂtico da senadora.
Para Gleisi, que nesta segunda-feira foi a primeira parlamentar a ser ouvida na Lava Jato por um dos juĂzes auxiliares do ministro Edson Fachin, a denĂºncia apresentada contra ela pelo procurador-geral da RepĂºblica, Rodrigo Janot, Ă© fruto de pressões da opiniĂ£o pĂºblica.
“Eu estou achando que tem um alto grau de politizaĂ§Ă£o desse processo e, quando eu fui denunciada, meu processo foi um dos primeiros, tinha um alto grau de politizaĂ§Ă£o e muita influĂªncia no JudiciĂ¡rio, incluindo o Ministerio PĂºblico, pela opiniĂ£o pĂºblica. É um erro, entĂ£o muitas questões nĂ£o foram consideradas ali”, disse Gleisi.
“Eu sou uma pessoa pĂºblica, tenho de responder pelos meus atos, nĂ£o tenho problema nenhum em relaĂ§Ă£o a isso, agora, tenho de ser julgada dentro do devido processo legal e nĂ£o pelo calor da opiniĂ£o publica”, disse.
Acusações
Na aĂ§Ă£o penal, Gleisi e seu marido, o ex-ministro do Planejamento e das Comunicações Paulo Bernardo (ambos na foto), sĂ£o acusados de terem recebido R$ 1 milhĂ£o em recursos desviados da PetrobrĂ¡s por Paulo Roberto Costa, ex-diretor da estatal.
Em contrapartida, os polĂticos teriam atuado para manter o executivo no cargo.
“NĂ£o tive contato com Paulo Roberto Costa, nunca tive ascendĂªncia na PetrobrĂ¡s, nunca pedi para ele ficar no cargo e nunca facilitei ou dei condições para se facilitar”, afirmou Gleisi aos jornalistas que a abordaram do lado de fora da sala de audiĂªncias. “NĂ£o hĂ¡ provas”, disse.
Paulo Bernardo também prestou depoimento, nesta segunda-feira.
Ele admitiu ter se reunido com Paulo Roberto Costa em mais de uma ocasiĂ£o, mas negou ter solicitado qualquer vantagem indevida ou ter atuado para manter o executivo no cargo. “Nunca movi uma palha”, disse.
ApĂ³s o depoimento dos acusados, a aĂ§Ă£o penal entra em sua fase de alegações finais.
A expectativa Ă© de que o caso seja julgado pela Segunda Turma do STF ainda neste ano, tornando-se o primeiro processo da Lava Jato a ter um desfecho na corte.
Fonte: AgĂªncia Brasil
Foto: ReproduĂ§Ă£o/GGN