Governadores desistem de Bolsonaro e buscam EUA e China pelo clima

O grupo, que já conta com 22 estados, manteve reuniões para buscar o financiamento de projeto com a Europa, China, França, Reino Unido e EUA

Publicado em: 04/11/2021 às 11:12 | Atualizado em: 04/11/2021 às 12:06

Num gesto inédito, governadores brasileiros se unem para mandar uma mensagem política forte ao mundo de que está disposto a manter um plano de redução de emissões de gases de efeito estufa.

Nesta quinta-feira, durante a COP26 (26ª Conferência Mundial do Clima da ONU), em Glasgow, um evento marcou o lançamento internacional do projeto, que visa buscar recursos para financiar projetos de adaptação no país e driblar a falta de credibilidade internacional do governo do presidente Jair Bolsonaro.

O grupo, que já conta com 22 estados, manteve reuniões para buscar o financiamento de projeto com a Europa, China, França, Reino Unido e EUA.

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A agenda repleta de encontros por parte dos governadores ainda se contrasta com a ausência completa de reuniões de Bolsonaro no G20, no fim de semana.

O chefe de estado tampouco viajou para a Cúpula do Clima e, ao ser questionado pelo UOL sobre o motivo da ausência, apenas respondeu: “não te devo satisfação, rapaz”.

Os estados, portanto, estão usando a ausência do governo federal para sair em busca de recursos.

O processo mais avançado ocorre com os EUA. Depois de um primeiro encontro com John Kerry, o representante de Joe Biden para o clima, agora o grupo de governadores se reúnem nesta quinta-feira para dar seguimento à aproximação.

Já com a China, a conversa é inicial. Mas existe uma esperança de que a aproximação com Pequim permita um novo fluxo de recursos.

Apesar da busca paralela por dinheiro, os estados sabem que vários dos projetos de financiamento terão de passar por uma aprovação do governo federal.

“Não podemos substituir o governo federal”, disse o governador do Espírito Santo, Renato Casagrande e uma espécie de porta-voz do grupo. Segundo ele, os compromissos anunciados pelo governo federal de corte de emissões são importantes. Mas ele alerta: “compromissos nesse governo não significam muita coisa. Queremos ver os planos e o que vai ocorrer na prática”.

Com cada um dos parceiros internacionais, os governadores tentam mostrar que contam não apenas como metas, mas com caminhos de implementação.

Eduardo Leite, governador do Rio Grande do Sul, é outro que faz parte do grupo e, em Glasgow, insistiu sobre a necessidade de que o bloco possa ter acesso a mecanismos de financiamentos no exterior. “A ausência do governo federal gera nossa mobilização”, disse. Sua esperança é de que, nos próximos meses, todos os estados façam parte do consórcio.

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Foto: Reprodução/Twitter