Pelos 606 mil mortos, CPI da covid aprova relatĂ³rio que indicia Bolsonaro e 79
Documento de 1.289 pĂ¡ginas, elaborado ao longo de seis meses, serĂ¡ enviado a Ă³rgĂ£os de investigaĂ§Ă£o

Publicado em: 26/10/2021 Ă s 19:40 | Atualizado em: 26/10/2021 Ă s 20:04
A CPI da covid aprovou nesta terça-feira (26), por 7 votos a 4, o relatĂ³rio final elaborado pelo senador Renan Calheiros (MDB-AL). Com a aprovaĂ§Ă£o, a comissĂ£o criada para investigar ações e omissões do governo durante a pandemia encerra os seis meses de trabalhos pedindo o indiciamento de 78 pessoas e duas empresas.
O relatĂ³rio aprovado pelos senadores tem 1.289 mil pĂ¡ginas e responsabiliza o presidente Jair Bolsonaro por considerar que ele cometeu pelo menos nove crimes.
HĂ¡, tambĂ©m, pedidos de indiciamento de ministros, ex-ministros, trĂªs filhos do presidente, deputados federais, mĂ©dicos, empresĂ¡rios e um governador – o do Amazonas, Wilson Lima.
Duas empresas que firmaram contrato com o MinistĂ©rio da SaĂºde – a Precisa Medicamentos e a VTCLog – tambĂ©m foram responsabilizadas.
ApĂ³s proclamar o resultado, Omar Aziz atendeu a um pedido da senadora Eliziane Gama (Cidadania-MA) e pediu um minuto de silĂªncio pelas vĂtimas da covid.
A aprovaĂ§Ă£o do relatĂ³rio se deu apĂ³s mais de sete horas de discussĂ£o, com dois intervalos, em meio a contestações da tropa governista minoritĂ¡ria na CPI.
Senadores aliados ao PalĂ¡cio do Planalto refutaram a tese de que Bolsonaro foi responsĂ¡vel pelo agravamento da pandemia no Brasil e apresentaram votos em separado nos quais pediram a investigaĂ§Ă£o sobre a atuaĂ§Ă£o de governadores e prefeitos.
As propostas, porĂ©m, nĂ£o foram sequer votadas, jĂ¡ que o parecer de Renan Calheiros foi aprovado antes.
Em um primeiro desdobramento da CPI, senadores planejam entregar o relatĂ³rio ao procurador-geral da RepĂºblica, Augusto Aras, jĂ¡ nesta quarta-feira (27).
TambĂ©m estĂ¡ prevista nos prĂ³ximos dias a entrega do documento ao presidente da CĂ¢mara, Arthur Lira (PP-AL), e o encaminhamento do parecer ao Tribunal Penal Internacional.
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Foto: Marcos Oliveira/AgĂªncia Senado