Senado rejeita MP que criava programas da contrataĂ§Ă£o de jovens

Com a rejeiĂ§Ă£o e o arquivamento da MP, o Congresso deve elaborar um projeto de decreto legislativo para "modular" as relações jĂ¡ firmadas

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Publicado em: 01/09/2021 Ă s 20:53 | Atualizado em: 01/09/2021 Ă s 20:53

O Senado rejeitou, nesta quarta-feira (1º), a proposta que criava trĂªs novos programas, com regras trabalhistas mais flexĂ­veis, para tentar estimular a contrataĂ§Ă£o de jovens. Foram 47 votos pelo arquivamento da MP, e 27 pela aprovaĂ§Ă£o. 

Os programas voltados ao primeiro emprego e Ă  qualificaĂ§Ă£o profissional tinham sido inseridos pela CĂ¢mara em uma medida provisĂ³ria, enviada pelo governo em abril, que tratava somente de uma nova rodada do programa de reduĂ§Ă£o de jornada e salĂ¡rio ou suspensĂ£o de contrato de trabalho durante a pandemia. 

O texto fazia parte das iniciativas do governo para tentar evitar demissões durante o perĂ­odo da crise sanitĂ¡ria provocada pelo coronavĂ­rus (covid). 

Senadores contrĂ¡rios aos programas dizem que as iniciativas inseridas na CĂ¢mara, para gerar mais empregos, acabavam retirando direitos trabalhistas .

Uma medida provisĂ³ria tem validade a partir do momento em que Ă© publicada no “DiĂ¡rio Oficial da UniĂ£o”, mas precisa ser aprovada em atĂ© 120 dias pela CĂ¢mara e pelo Senado para virar lei permanente.

O que acontece agora? 

Com a rejeiĂ§Ă£o e o arquivamento da MP, segundo tĂ©cnicos da Secretaria-Geral da Mesa do Senado, o Congresso deve elaborar um projeto de decreto legislativo para “modular” as relações que jĂ¡ foram firmadas. 

Neste caso, o projeto de decreto serviria para dar segurança jurĂ­dica aos acordos jĂ¡ celebrados na nova fase do programa de reduĂ§Ă£o de jornadas e salĂ¡rios ou suspensĂ£o temporĂ¡ria do contrato de trabalho (BEm).

Em geral, no entanto, esse projeto de decreto nĂ£o chega sequer a ser analisado pelo Legislativo. Se isso acontecer, na prĂ¡tica, ficam valendo as regras da MP para as relações que foram firmadas nos 120 dias previstos, contados a partir de 27 de abril. 

Os programas Priore, Requip e o programa de voluntariado foram inseridos pela CĂ¢mara e, por isso, nunca chegaram a entrar em vigor. Como nĂ£o hĂ¡ contratos celebrados nesses programas, o arquivamento nĂ£o tem impacto jurĂ­dico. 

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Foto: Waldemir Barreto/AgĂªncia Senado